O BIPARTIDARISMO E AS OPÇÕES (IN)EXISTENTES
A POLITICA DA IDIOTICE, DO CORSO OU DA INVEJA/O ÓDIO?
“The argument that the two parties should represent opposed ideals and policies, one, perhaps, of the Right and the other of the Left, is a foolish idea acceptable only to doctrinaire and academic thinkers.”
Prof. Carroll Quigley
"O resultado da conhecida
encenação politica bipartidária é de que
os Europeus, Americanos, assim como a maioria dos cidadãos dos países do Mundo Ocidental,
são vítimas duma grande ilusão.
Os eleitores tem sido iludidos
ao terem sido levados a pensar que estavam participando no seu próprio destino
politico quando, na realidade, estavam a ser arrebanhados num feudalismo de
alta tecnologia, sem o seu consentimento e, em grande medida, sem o seu
conhecimento.
Isto
é conseguido através da miragem de uma escolha útil em época de eleições
quando, na realidade, os maiores partidos e seus candidatos são apenas dois
ramos da mesma árvore - frequentemente a do "colectivismo" global.
Os
eleitores hoje não são
atraídos pelos candidatos por causa de seus princípios políticos. Embora havendo excepões, regra geral eles
não têm muitos, ou mesmo nenhuns. De qualquer forma os princípios políticos nem são permitidos
como tema de debate.
Em
vez disso, os eleitores fazem escolhas com base na boa aparência dos candidatos,
nos seus sorrisos, na avaliação do quão "espertos" eles são em debates televisivos,
na percepção acerca da sua sinceridade e, especialmente, no volume de
"benefícios" que eles prometem dar a alguns cidadãos mas que serão
pagos com impostos a incidir sobre outros cidadãos. "Pilhagem" legalizada pode
ser um poderoso motivador e pode ser usada com precisão pelos dois maiores
partidos.
Muitos
eleitores têm vindo a considerar as eleições como jogos magníficos em que
apenas os concorrentes mais inteligentes merecem ganhar. Ficam fascinados pelas
estratégias, recursos e técnicas adoptadas para se esquivarem de questões
difíceis; pelo ar inteligente nas apresentações ou “spots” televisivos e pela capacidade
para atrair grandes massas de votos. Eles, os eleitores, realmente não se
importam com quem ganha, desde que consigam posicionar-se do lado do vencedor.
Para eles a eleição é como fazer apostas num jogo de futebol ou num Totobola.
Eles podem gostar mais de uma equipa do que doutra mas vão apostar na equipa
que julgam ter maiores probabilidades de ganhar, mesmo não sendo a sua
favorita. Para eles, os eleitores, ganhar é tudo.
E
é assim que votam. Podem até preferir um determinado candidato, mas não votarão
nele se acham que outro vai ganhar. Quantas vezes já ouvimos: "Eu gosto do
“António Sampaio” mas ele não consegue vencer. Assim sendo, votarei no “José
Barroso”."
O
que os "media" tem a fazer é convencer os eleitores de que “António Sampaio” não
conseguirá ganhar (alegando sondagens ou
usando outras técnicas), e isso influenciará gente suficiente a
redireccionar o seu voto e
tornar uma mera previsão num desfecho eleitoral real e concreto.
O
objectivo fundamental do voto não é o de escolher um vencedor mas para sim de
expressar uma escolha. Trata-se
de estabelecer um registo público do numero de pessoas que apoiam as políticas
e princípios de um determinado candidato, de tal forma
que, mesmo que ele não saia vencedor, o vencedor e a comunidade fiquem cientes
do apoio que o candidato perdedor tem. Esta é a mais importante sondagem de opinião pública.
Nós poderemos não ter interesse num sistema em que o vencedor fique com tudo; onde aqueles que se
considera terem as melhores perspectivas de ganhar recebam uma esmagadora, mas
enganosa, votação de apoio.
Um
tirano que receba 51% dos votos comportar-se-á de forma mais contida do que um
que receba 80%. Um bom cidadão que receba
49% dos votos, apesar de não sair vencedor, torna-se um concorrente de peso
para aqueles de mente semelhante. Ele torna-se, nessa circunstância, num
concorrente muito mais sério às eleições seguintes do que seria depois duma
eleição onde apenas tivesse conseguido 20% dos votos.
Não
faz qualquer sentido votar num candidato a menos que isso seja a expressão da
nossa escolha. Escolha de Governação Representativa é coisa séria e lidá-la
como se de apostas de Totobola se tratasse é sucumbir às políticas da estupidez.
Existe
um terceiro cenário que é ainda pior que os anteriores. Os eleitores poderão
votar em “António Sampaio”, não porque achem que ele tenha melhores
perspectivas que “José Barroso”, mas porque acham que ele é o menor dos males,
ou o menos diabólico. Assim votam não a favor dum candidato mas contra
o outro. Não é que eles gostem do candidato “A”, mas assim expressam o
seu ódio ao candidato “B”. Isto é exactamente aquilo que está prescrito
pela Fórmula de Quigley .
Quigley
escreveu que num sistema controlado por dois
partidos é permitido que os eleitores “expulsem os patifes” e que estes sejam substituídos por uma nova
equipa, com novo vigor, podendo assim o governo continuar num regime bi-
partidário, direccionado ao colectivismo global, ou a outro propósito, e com o apoio do eleitorado
- até ao ciclo seguinte, altura em que talvez seja vantajoso regressar
novamente à governação do partido anterior.
Se os
eleitores se questionarem porque razão está o mal instalado no Governo, a
resposta é porque nele votaram. O menor de dois males é ainda um mal.
Esta
é a política do ódio e é arma eficaz contra aqueles que não estão cientes desta
táctica - ou seja: a maioria dos eleitores.
A
votação num candidato porque odiamos o outro, e pensar que não podemos ir para
fora do sistema bipartidário porque um terceiro candidato não tem chances de
ganhar, é uma armadilha . Para escapar a essa armadilha temos de entender não
apenas a Fórmula Quigley, mas também mais qualquer coisa …"
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