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quarta-feira, 2 de maio de 2018

Caloura - São Miguel - Açores


Os cruzeiros da temporada primaveril de 2018 (Abril) também passaram pela Caloura e por toda a costa sul da ilha de S. Miguel. Todavia são mundos diferentes, que não se intersectam, e que vivem cada um de forma autónoma. A passagem do navio não comove nem os que estão na piscina ou restaurante do cais, nem os que estão no restaurante ou bar do hotel.   É apenas uma maravilha técnica que passa; sinal de civilização alheia que "pouco" resultou da nossa iniciativa, acção ou condução.
   
 
 
Caloura Hotel & Resort 





Não podemos determinar qual é o melhor recanto da ilha para veraneio. Essa avaliação depende sempre das referências pessoais ou culturais de cada um, dos seus requisitos de recreio e das sua memórias e experiências passadas. De qualquer forma, a Caloura está seguramente bem próxima dos locais cimeiros das preferências dos locais e de muitos estrangeiros.



 

 Convento da Caloura

"No formoso Vale de Cabaços, próximo do seu porto, entre as rochas moldadas pelo fogo dos vulcões, incessantemente batidas e galgadas pelo mar do Atlântico, ergue-se a ermida do convento da Caloura."
"(...) A história desta Casa Recoleta remonta a 4 de julho de 1525, altura em que a Vila Franca do Campo estava a sofrer com os malefícios da peste. Para escapar à devastação deste mal contagioso, um nobre varão chamado Jorge da Motta, Cavaleiro do Hábito de Avis, fugiu para uma quinta sua e aí criou a sua filha Petronilha da Mota, mais tarde, Maria de Jesus (nome religioso) que logo fez amizade com Maria dos Anjos. Estas decidiram servir a Deus na condição de se tornarem religiosas numa ermida em Santa Clara, em Ponta Delgada. No entanto, nunca chegaram ao destino inicial pretendido, pois ao chegarem ao cume da ladeira do Pisão e vendo no vale da Caloura uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Conceição decidiram que tinha sido inspiração divina fazerem morada nessa mesma ermida. Viveram as duas companheiras na ermida, seis meses, numa clausura total. Só depois, outros peregrinos, ao verem a devoção das duas amigas, acabaram por se juntar a estas. Com a Bula Apostólica, o Convento passa a ser aceite oficialmente como mosteiro e aí, durante dez anos viveram 27 freiras. No entanto, como o mosteiro estava junto ao mar e era um lugar despovoado, as freiras temiam os piratas que naquela altura navegavam aqueles mares. Isto obrigou as freiras a se mudarem daquele mosteiro e, consequentemente, a fundarem um outro em Vila Franca, o Mosteiro de Santo André. Também mais tarde, outras freiras, da mesma Casa Recoleta da Caloura, fundaram o Convento de Nossa Senhora da Esperança, na cidade de Ponta Delgada. Ficou, deste modo, o Convento da Caloura deserto até ao ano de 1663, altura em que o Bispo D. João Pimenta D’Abreu deu licença aos Eremitas de Nossa Senhora da Conceição para o virem habitar, uma vez que o convento destes tinha sido destruído pelos sismos e vulcões que na altura assolavam as Furnas.   Atualmente pertence aos herdeiros de António de Albuquerque Jácome Correia. Classificado pelo Governo Regional como Imóvel de Interesse Público, o Convento da Caloura, é realmente uma obra religiosa de grande valor cultural, arquitetónico e patrimonial."
http://lagoa-acores.pt/

Pelo Cerco e pela Galera o ambiente não era muito diferente.

domingo, 31 de agosto de 2014

Água do Pau & Caloura. - S. Miguel - Açores (Azores)




A Vila de Água do Pau é sitia onde se passava frequentemente, sempre que se fazia a ligação rodoviária entre Ponta Delgada e Vila Franca. E a imagem que ficava era a do largo central e da feira de frutas e hortícolas, assim como do troço entre a Igreja e o limite nascente do aglomerado.
Todavia, Água do Pau é mais do que apenas o que se vê numa passagem de carro. Basta subir à Ermida de Nossa Senhora do Monte ou percorrer a zona periférica da Vila para descobrir uma realidade diferente (e agradável) daquilo que é a visão habitual do viajante rodoviário.


 








Muita alteração foi feita, nas últimas décadas, algumas mais úteis; outras menos; umas de "gráfica" mais adequada ao lugar; outras mais exóticas, cubistas e sépticas ao gosto de alguma arquitectura "insossa" moderna. Todavia a ligação rural do local mantém-se visível, assim como a vida pelas ruas. Se existe localidade onde as infra-estruturas publicas se mantêm cuidadas e em bom estado; se existem localidade rural onde a generalidade do parque habitacional se mantêm bem cuidado, este é um desses locais.







Um dos sinais da invasão da vila por "Objectos Estranhos" à necessidade, dimensão, grafismo e tradição da localidade, é esta escola gigantesca, feita na sequencia de muitas outras que padeceram dos mesmo mal de desadequação, nomeadamente a de Ponta Garça e da Eprosec (nos Arrifes).
Esperamos estar enganados, mas o destino duma escola desta dimensão e caracteristicas, numa pequena localidade como esta, e com os custos de exploração necessariamente associados, torna fácil antecipar a imagem que terá daqui a uma década.








O smbolo desta Vila é a Ermida de Nossa Senhora do Monte, lá no alto do pico que, segundo a lenda, a porca furou.


Local de peregrinação, terá tido mais uma influencia local do que uma disseminação pela ilha. Mas apesar da afluência não ser grande, o local mantém-se primorosamente arranjado e limpo.

Se há local de onde se pode ter uma vista abrangente da Caloura (lugar da Vila de Água do Pau), o cimo deste monte é um deles.
Até Ponta Delgada se vislumbra, por dos campos adjacentes e para além da baia da Lagoa.


 Abaixo - Vista da Vila, a partir da Rua do Pico de Cima.

... e, ao longe, para nascente, o Ilhéu de Vila Franca.

A maior e melhor surpresa: a vista da Caloura.


... com o "Cinzeiro" pelo meio ...

E com a Galera (ou Cerco) ao fundo ...


 


..

.O excelente Hotel da Caloura ao fundo, em posição privilegiada ...

Para muitos, apesar de trabalharem em Ponta Delgada, ou noutra localidade, este é o local de eleição para residencia de Verão.

 

 



E quem desce em direcção à Caloura encontra, à direita, uma via estreita direccionada a local chamado "Cinzeiro", com anuncio da existência de ermida - devotada a S. Pedro Gonçalves Telmo. E se existe ermida bem tratada por estas ilhas, esta é uma delas.




À Caloura sempre esteve associado algum veraneio. Noutros tempos mais associado à vinha e pesca; presentemente mais associado a actividades balneares.
 




Se há hotel nestas ilhas bem adaptado ao espírito insular Atlântico e à natureza vulcânica destas ilhas, o Hotel da Caloura é um dos raros exemplos bem sucedidos - quer na gráfica, quer na localização, quer nos arranjos exteriores, quer na sua gestão e direcção. O Hotel de Água d'Álto podia ter tido um curso semelhante mas ... nasceu na hora e pelas mãos erradas ... e assim ... este ficou com "exclusivo".


 



Parece que a Água do Pau é sitio onde mais facilmente os humanos entram na imortalidade. Por aqui existem placas evocativas de cada passo que as autoridades governativas, municipais, locais ou particulares deram nos últimos anos. Não sei fazer juízo adequado a essa moda, mas que acrescenta tempo de vida dos nomeados na memória dos transeuntes, lá isso acrescenta.
E, já agora, talvez pudessem vender publicamente licenças para colocação dos nomes de outros interessados na eternidade e, como escreveu Camões - "em da lei da morte se libertar" ... desde que não seja no cemitério.

Só neste largo, a menos de cinquenta metros uma da outra, existem duas placas com praticamente os mesmos nomeados, E há ainda lugar para muitas mais.