Dia de Portugal - Nos Açores
Bem representativas do sentimento e do espírito Açoriano, as palavras do Presidente do Governo Regional (dos Açores), Vasco Cordeiro, proferidas na recepção ao Corpo Diplomático, no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na presença de S.Exa o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Ponta Delgada - 09.06.2018.
“Em nome do Povo Açoriano, sejam todos bem vindos ao Palácio de Sant’Ana, sede da
Presidência do Governo da Região Autónoma dos Açores, para celebrarmos Portugal.
Há quase 600 anos que aqui estamos e, desde o início, a evidência foi que, aqui, Portugal é diferente.
Nuns casos, por nós, noutros, por outros, aqui, Portugal é diferente.
Não esquecemos de onde viemos, nem ignoramos onde estamos.
Mas, sobretudo, sabemos quem somos.
A História e a Geografia deram nos forma, mas é o “intenso orgulho na palavra
Açor”, nas palavras de Sophia de Mello Breyner, que dá o sopro de vida a esta identidade que empunhamos.
E esse orgulho não é vão, nem é vazio.
É, desde logo, o orgulho que pode ter, é o orgulho que tem quem aqui resiste.
A tempestades e a terramotos; vulcões e a piratas;
De quem já resistiu à fome, às pragas, à solidão e, em alguns casos, ao esquecimento;
Resiste e persiste, reconstruindo, reerguendo, refazendo.
Esse é o orgulho de quem tem uma aguda consciência de si próprio.
E essa aguda consciência de nós próprios talvez por estarmos sós na vastidão do Atlântico ou, talvez, simplesmente, por em tantas voltas da vida, termos estado simplesmente sós, é, no fundo, quase como que a chama eterna, o fogo sagrado que anima o Povo Açoriano.
E neste “intenso orgulho na palavra Açor” está também o orgulho do que demos e do que damos pelo nosso País.
Demos Presidentes da República, cientistas e militares;
Demos embaixadores, ministros e escritores;
Demos pensadores, políticos e poetas;
Demos Homens e Mulheres desconhecidos que, nas Américas e não só, pelo seu suor e pelas suas lágrimas, afirmaram e afirmam Portugal aí;
Demos guarida ao último reduto da nacionalidade e fomos ponto de impulso para as batalhas pela modernidade;
Demos homens e demos jovens que, por Portugal, deixaram a sua vida num qualquer campo de batalha, e que, mesmo quando aí não deixaram a vida, em muitos casos, deixaram partes de si próprios, do corpo ou do espírito.
E tudo isto fizemos sem nunca impormos condições nem moedas de troca.
Tudo isto fizemos “com um intenso orgulho na palavra Açor”.
E, se tudo isso demos no passado, hoje continuamos a dar.
Os Açores são terra de mar.
Damos dimensão estratégica e damos importância pela terra que temos e pelo mar que trazemos.
Nesta nova fronteira, que já suscita a cobiça de muitos, Portugal é o que é, porque os Açores são o que são.
Damos empenho e damos território na construção de pontes e parcerias para a paz, para a ciência e para o conhecimento.
Damos testemunho de uma Autonomia que foi, é e quer mais ser por causa dos desafios que já venceu, mas, sobretudo, por causa dos desafios que quer vencer.
Damos presença em áreas de vanguarda da exploração e do conhecimento espacial, reforçando a importância e a mais valia de Portugal.
E é por tudo isto , e por tanto mais, que não podem restar dúvidas que, aqui, Portugal é diferente.
E não queremos que deixe de ser Portugal, mas também não queremos que deixe de ser diferente.
Porque esta nossa diferença não nos diminui em nada.
Porque, no fundo, é esta nossa diferença, do que somos como Povo e como Região, que faz Portugal mais forte!
E é por tudo isto que hoje digo, que hoje podemos dizer,
Vivam os Açores
Viva Portugal!”
Bem representativas do sentimento e do espírito Açoriano, as palavras do Presidente do Governo Regional (dos Açores), Vasco Cordeiro, proferidas na recepção ao Corpo Diplomático, no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na presença de S.Exa o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Ponta Delgada - 09.06.2018.
“Em nome do Povo Açoriano, sejam todos bem vindos ao Palácio de Sant’Ana, sede da
Presidência do Governo da Região Autónoma dos Açores, para celebrarmos Portugal.
Há quase 600 anos que aqui estamos e, desde o início, a evidência foi que, aqui, Portugal é diferente.
Nuns casos, por nós, noutros, por outros, aqui, Portugal é diferente.
Não esquecemos de onde viemos, nem ignoramos onde estamos.
Mas, sobretudo, sabemos quem somos.
A História e a Geografia deram nos forma, mas é o “intenso orgulho na palavra
Açor”, nas palavras de Sophia de Mello Breyner, que dá o sopro de vida a esta identidade que empunhamos.
E esse orgulho não é vão, nem é vazio.
É, desde logo, o orgulho que pode ter, é o orgulho que tem quem aqui resiste.
A tempestades e a terramotos; vulcões e a piratas;
De quem já resistiu à fome, às pragas, à solidão e, em alguns casos, ao esquecimento;
Resiste e persiste, reconstruindo, reerguendo, refazendo.
Esse é o orgulho de quem tem uma aguda consciência de si próprio.
E essa aguda consciência de nós próprios talvez por estarmos sós na vastidão do Atlântico ou, talvez, simplesmente, por em tantas voltas da vida, termos estado simplesmente sós, é, no fundo, quase como que a chama eterna, o fogo sagrado que anima o Povo Açoriano.
E neste “intenso orgulho na palavra Açor” está também o orgulho do que demos e do que damos pelo nosso País.
Demos Presidentes da República, cientistas e militares;
Demos embaixadores, ministros e escritores;
Demos pensadores, políticos e poetas;
Demos Homens e Mulheres desconhecidos que, nas Américas e não só, pelo seu suor e pelas suas lágrimas, afirmaram e afirmam Portugal aí;
Demos guarida ao último reduto da nacionalidade e fomos ponto de impulso para as batalhas pela modernidade;
Demos homens e demos jovens que, por Portugal, deixaram a sua vida num qualquer campo de batalha, e que, mesmo quando aí não deixaram a vida, em muitos casos, deixaram partes de si próprios, do corpo ou do espírito.
E tudo isto fizemos sem nunca impormos condições nem moedas de troca.
Tudo isto fizemos “com um intenso orgulho na palavra Açor”.
E, se tudo isso demos no passado, hoje continuamos a dar.
Os Açores são terra de mar.
Damos dimensão estratégica e damos importância pela terra que temos e pelo mar que trazemos.
Nesta nova fronteira, que já suscita a cobiça de muitos, Portugal é o que é, porque os Açores são o que são.
Damos empenho e damos território na construção de pontes e parcerias para a paz, para a ciência e para o conhecimento.
Damos testemunho de uma Autonomia que foi, é e quer mais ser por causa dos desafios que já venceu, mas, sobretudo, por causa dos desafios que quer vencer.
Damos presença em áreas de vanguarda da exploração e do conhecimento espacial, reforçando a importância e a mais valia de Portugal.
E é por tudo isto , e por tanto mais, que não podem restar dúvidas que, aqui, Portugal é diferente.
E não queremos que deixe de ser Portugal, mas também não queremos que deixe de ser diferente.
Porque esta nossa diferença não nos diminui em nada.
Porque, no fundo, é esta nossa diferença, do que somos como Povo e como Região, que faz Portugal mais forte!
E é por tudo isto que hoje digo, que hoje podemos dizer,
Vivam os Açores
Viva Portugal!”
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