segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Navios de Cruzeiros nos Açores - O que se pode deles esperar.


 



Fez-me alguma impressão a quantidade de gente e organizações que encontrei à espera deste navio. Se me fosse encomendada peça jornalística a tentar demonstrar o grande impacto da acostagem destes navios nas Portas do Mar, não seria difícil fazer uma peça, até apoteótica se fosse pedido.

Todavia não me foi feita tal encomenda, nem outra de sentido contrário.


O facto é que fiquei para ali a observar aquele inesperado movimento de gente à procura de turistas que quisessem gastar mais uns trocos com viagens, com guias, com carros e jipes e, de facto, não fiquei com inveja de nenhum deles, excepto das grandes organizações locais que consignam os navios, que alugam autocarros, que fornecem géneros perecíveis (os outros não são aqui carregados) e que descarregam o lixo (praticamente uma única organização local a levar a maior fatia destes serviços). A taxa de acostagem cobrada nem tem grande relevância.

Não quero afirmar que daquela oferta de carros, carrinhas, jipes, condutores e guias não tenha encontrado procura - porque teve. Agora a percentagem daqueles que ali estiveram a oferecer serviços e que encontraram procura não pareceu encorajadora de entrar naquela onda.

Estas ilhas padecem de um mal crónico. Quando alguém segue numa direcção e tem algum sucesso e que não se consegue “blindar” contra concorrência, uma “bando” imita a iniciativa e acaba-se o filão num instante. E se a multidão o não faz, encarregam-se as instituições (por falta de imaginação ou energia) por encoraja-lo.

De facto toda aquela azafama estava baseada num segmento de fragilidade atroz, com o grosso daquelas viatura parcialmente subsidiadas por um qualquer sistema oficial de incentivos, com obrigações de cumprimento de dezenas de condicionantes de natureza administrativa e legal, com obrigações bancárias e fiscais leoninas e com titulares a fazer aquilo por falta de alternativa de ocupação.

Não nos atrevemos a fazer as contas da rentabilidade media do capital empregue naquela actividade mas não é coisa que demorasse muito tempo a fazer. Ter uma frota de meia dúzia de “Jipes” para ocupar uns 30 ou 40 dias por ano, com combustiveis e outros consumíveis, condutores, seguros, manutenção, provisões para degradação, e uma catrefada de licenças adicionais, boa parte delas de renovação anual e pagas, não parece ser possível sustentar se não for com outras fontes de rendimento paralelas e seguras.

Em nenhum sitio que não seja “Hub” de cruzeiros turísticos (porto onde carregam e descarregam) aquela actividade deixa receitas significativas – mas há quem insista que nas Ilhas existe excepção a essa regra.
Portanto há quem afirme que esta visão de irrelevância para a economia local da paragem destes cruzeiros está errada - e eu espero bem que esteja mesmo. Mas para me convencer de que está errada será necessário mais do que duas contas de somar e mais do que a retórica de um membro de partido político eleito ou escolhido por ser engraçado ou popular.












O Transporte Aéreo Português e Insular - com base ou suporte Publico.


Sobre os serviços públicos de transporte aéreo que tem vindo a se desenvolver e a crescer no espaço nacional e insular, quer no bom sentido quer no mau, vale a pena revisitar artigo publicado nos Açores, no Ano da Graça de 2006, cujo link a seguir se anexa.



Em caso do link acima estar dispovível, um alternativo segue abaixo


Em altura própria transferir-se-á para aqui sumário do processo que levou à criação, operação, declínio, absorção e transformação da Oceanair Transportes Aéreos Regionais SA, constituída a 10/12/1990 e adquirida pela SATA em 1994, em SATA Internacional em 1998.